Ela estava sentada no sofá ao
lado da janela, perdida em pensamentos com seu notebook em mãos, observando o
balançar das flores e folhas do lado de fora. Não era um dia particularmente
especial, ou de beleza singular. Apenas uma tarde comum, de céu tomado de nuvens
cinzentas intercaladas com alguns espaços de azul, como se um tecido estivesse
se rasgando aqui e ali.
Na lixeira ao lado se acumulavam
folhas de papel amassado, e um caderno com anotações jazia sobre a cama, tudo
isso consequência de um exercício de escrita frustrado. O resultado improdutivo
ainda lhe zombava a mente. A verdade é que ela estava começando a se cansar de
textos fofinhos e palavras rendadas, como brincara com uma amiga há noites
antes: estava à vias-de-fato de seguir as deixas de uma “viúva negra” como autora.
Pobre de seus protagonistas, já tinha ao menos dois na mira em suas criações.
Tanto melhor, um pouco de veneno em meio a tantos escritos trabalhados em
finais de contos de fadas fariam bem.
Veneno, timbres eloquentes, estar
um passo a frente, prezar por detalhes, e ser um mestre em maquinações, o bom e
velho “villain style”. Uma
arte que fazia com que ela pendesse para o lado negro da força. Interessando-se
por vilões em livros, ou querendo fazer parte do time deles em série e filmes.
Do contra? Isso não lhe era uma novidade. Tanto que uma lembrança lhe assolou a
mente, provinda de seu passado nerd
encubado, o pensamento recordou-lhe que a garota preferia a “flor má” dos
quadrinhos e filmes, ao invés da criminosa de afeições felinas que vez ou outra
mais parecia do time do bem.
Venenosa, já lhe chamaram assim
também. A garota riu, uma ideia já despontando na mente.
No final, um pouco de veneno foi
suficiente para vencer um bloquei criativo, e a simpatizante da “Art of
Villainy” agora teria a sua própria maneira um esconderijo.
E não é que ela vai mesmo virar a viúva negra dos escritos? Pode começar a postar os textos dona Patty... xD
ResponderExcluirDepois não me chama de má quando eu começar a maltratar os protos
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